Por Thiago Oliveira
Anteontem foi ao ar uma entrevista com o Silas Malafaia no programa The Noite. Num espaço de aproximadamente vinte minutos, o entrevistador Danilo Gentilli, astro do late show do SBT, cutucou pouco o pastor-presidente da Assembléia de Deus Vitória em Cristo. O Ultrage a Rigor, banda do programa, tocou uma música intitulada “Money” durante a entrada de Malafaia. O tema foi escolhido, segundo o vocalista (Roger), porque o Silas é “a favor de que as pessoas ganhem mais dinheiro”. Vejam como a imagem desse pastor já está vinculada a famigerada Teologia da Prosperidade.
Assisti o programa ontem, graças ao YouTube, e por incrível que pareça pensei que ouviria mais heresias do que ouvi. Considero o já citado pastor um herege que presta um desserviço a causa do verdadeiro Evangelho pregado por Cristo e disseminado pelos apóstolos. Mas de ruim mesmo ele só falou que “O trabalho da Igreja Universal é um trabalho fenomenal” e que “dinheiro é um dos maiores temas da Bíblia”. Esta última frase foi reiterada pelo mesmo: “Finanças é um dos maiores temas da Bíblia”. Fez jus a música tocada em sua entrada.
Finanças, um dos maiores temas da Bíblia? Desde quando? A Bíblia fala sobre pecado, justiça e redenção. A Bíblia fala da soberania divina, da natureza caída do ser humano e da morte vicária de Cristo para lavar e redimir os seus eleitos. De finança, quem entende e fala muito é o Sr. Mike Murdock, mentor do Silas. Já em se tratando de Escrituras, ambos não entendem e deturpam a verdade sagrada.
Agora tem aqueles que dizem que eu não posso julgar, baseados em Mateus 7: 1: “Não julgueis para que não sejais julgados”. Gostaria de informar que Jesus não proíbe qualquer tipo de avaliação crítica. Se fosse assim ele não teria dito logo depois: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem” Mateus 7:6. Como discernir quem são os cães e quem são os porcos? Sem julgamento de valor seria impossível. O próprio Cristo, em diversas ocasiões criticou abertamente a postura dos fariseus e a estes chamou de hipócritas.
O Sermão do Monte é a antítese da interpretação farisaica da Lei. Jesus através deste sermão interpreta corretamente aquilo que foi registrado por Moisés e pelos profetas. Existe ali uma crítica a forma como os fariseus se portavam, condenando efusivamente os que destoavam de suas práticas. Era típico do farisaísmo apontar os erros das demais pessoas e esquecer de olhar para si. O fariseu gostava de se auto justificar. Seu julgamento era meritocrático e ele se via como um exemplo de conduta moral e religiosa (lembram da parábola do fariseu e do publicano?).
Definitivamente, Jesus não nos proíbe de opinar ou criticar algo ou alguém. Se é proibido julgar, como proceder diante de tal declaração: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”. Mateus 7:15? Para nos livrarmos dos falsos pregadores da Palavra temos que ter discernimento crítico e julgar os seus frutos. É pelo fruto que se conhece árvore (Mateus 7:16). Jamais poderia julgar alguém me colocando como o parâmetro de bondade e retidão, tal como faziam os fariseus. É hipocrisia diminuir as suas faltas e aumentar as do seu próximo. Somos filhos de Adão, depravados pelo pecado e não há nada de bom em nós mesmos. Mas se usarmos a Palavra como norma para nos blindarmos dos falsos ensinamentos, estamos procedendo bem e agindo de acordo com João 7: 24, estamos julgando segundo a reta justiça.
Todavia, há quem ainda pense assim: “concordo que devemos julgar e combater as heresias, mas citar o nome da pessoa é desnecessário e antiético”. Será mesmo desnecessário citar o nome do herege que dissemina uma inverdade escriturística? O Dr. Paulo Romeiro usa uma boa ilustração em seu livro Evangélicos em Crise: “Imagine o leitor se há um remédio sendo comercializado, trazendo perigo de morte à população. Certamente as emissoras de rádio e TV não conseguiriam prestar um serviço ao público levando ao ar o seguinte anúncio: ‘Informamos que há um remédio sendo vendido nas farmácias que poderá levá-lo à morte. Desde que não vamos citar o nome do remédio, tente descobrir por você mesmo’. Não seria isso um absurdo? Quando alguém descobrisse que remédio é esse, já seria tarde demais”.
A analogia é perfeita e casa com a maneira em que os apóstolos agiam diante de pessoas que punham em risco a sã doutrina e a comunhão dos santos. João fala mal de Diótrefes (3 João 1:9). Paulo é mais severo ainda. O apóstolo aos gentios diz a Timóteo que entregou a Satanás os blasfemadores Himiteu e Alexandre (1 Timóteo 1:20). Possivelmente, o mesmo Alexandre é citado na segunda carta enviada a Timóteo. Paulo diz que ele foi causador de diversos males e roga para que Deus o julgue segundo as suas obras (2 Timóteo 4:14). Na mesma carta, cita Figelo e Hermógenes como líderes dissidentes da Ásia (2 Timóteo 1:15).
Diante de tudo que foi exposto eu quero elencar alguns pontos:
1. Eu posso julgar o Silas Malafaia. Não só ele, mas qualquer outra pessoa. O que não posso fazer é julgar de maneira hipócrita e embasado na minha retidão.
2. A Bíblia é o nosso parâmetro. É a partir dela que diferenciamos o certo do errado. Não devemos opinar com achismos e nem defender – indulgentemente – pessoas em detrimento da Palavra. Nosso compromisso é com o Evangelho e não com os evangélicos.
3. Devemos reconhecer o quão pecadores somos. Apontar o erro dos outros é a coisa mais fácil do mundo. Difícil é olhar pra dentro de si e tal como Paulo exclamar: Miserável homem que sou! Apenas o Espírito Santo e seu poder regenerador nos dão condições para que nos tornemos retos diante de Deus.
Sola et Tota Spriptura
Fonte: Púpito Cristão
Thiago Oliveira, mano que lá de Recife demonstra a sua subversividade em relação a teologia da prosperidade e seus porta estandartes.
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Em Cristo,
Mário
Mario amado
ResponderExcluirPaz
Acesse você, meu amigo, e todos os que lerem este seu texto, inclusive sectários desse senhor:
https://www.youtube.com/watch?v=FxK16wqj4cY
https://www.youtube.com/watch?v=OYvyfBToYmY
O título é “CONTRADIÇÕES DE SILAS MALAFAIA” – teologia da prosperidade.
É com base nesse vídeo que reputo o comportamento atual do Silas como uma afronta, um desrespeito às pessoas inteligentes que o conheciam naquela ocasião. Hoje, em sua impudicícia, ele ofende a quem o identifica como falso; a quem revela a sua incoerência, comprovada neste vídeo, chamando-os de filhos do diabo, panacas, invejosos e de desocupados, quando pretendem, apenas, mostrar o quanto ele mudou.
Hoje, o comportamento do Silas é de um ser abjeto e, para muitos, bem próximo à impudência. Ontem, ele era visto como um autêntico homem do Deus Altíssimo, taxando de “BESTEROL” a falaciosa teologia da prosperidade e, hoje, credencia-se como sendo um ferrenho proselitista do deus Mamom quando, nessas entrevistas, agora como sectário, chega a agastar-se quando confrontam o seu diligente empenho para converter pessoas à causa daquele embuste.
Ele não se importa, mas sabe que muitos o veem como uma pessoa oportunista, ávida por dinheiro e indigno, hoje, de dizer-se um verdadeiro cristão.
Prezamado Mario – eu posso, sim, julgar os atos praticados por este pastor (?), visto por muitos como um falso mestre, um tipo de estelionatário espiritual.
Eis o que eu escrevi, sobre julgar pessoas, em mensagem recente em meu blog sob o título POBRE BRASIL! TÁ DOMINADO! TÁ TUDO DOMINADO!
***Portanto, vou estar por aqui nesta minha bancada, entojado diante da vileza política dos nossos governantes, julgando unicamente comportamentos e não corações, conforme orientação de Jesus, sobre a identificação dos falsos mestres e o julgamento do seu comportamento quando ensinavam. Disse Jesus que eles seriam conhecidos pelos seus ensinamentos (seus frutos-Mt 7:20). Assim conhecidos, teríamos o discernimento que nos capacitaria a julgá-los. Jesus nos orienta a não julgarmos o coração das pessoas, quando diz aos judeus crentes de Roma e aos gentios não crentes que creram no Evangelho, no entanto reprovados em seus sentimentos: “Portanto, és indesculpável, ó homem (gentios e judeus) quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas (Rm 2:1).***
Somente homens frustrados, que viram fracassar por muitas vezes os seus propósitos econômico/financeiros,homens gananciosos e pobres de espírito aceitam a ardilosa mentoria do trampolineiro Murdock.
Que Deus julgue o enganoso coração do Silas (só ELE pode fazê-lo) enquanto nós, como visto em seu primoroso texto, só devemos julgar a prática da sua dissimulada biltragem.
Alberto