quarta-feira, 20 de março de 2013

O QUE É TEOLOGIA DA GLÓRIA?


Dr. R.C. Sproul Jr.
Existe uma tensão apropriada na relação entre os cristãos e o mundo. Servimos a um Senhor que veio para trazer vida abundante (João 10.10), que venceu o mundo (João 16.33), que está sujeitando todas as coisas aos seus pés (Efésios 1.22), que verá todo joelho se dobrar e toda língua confessar que Ele é Senhor, para a glória do Pai (Filipenses 2.10). Jesus é o segundo Adão que teve sucesso onde o primeiro Adão fracassou, não somente por obedecer à lei de Deus perfeitamente, não somente por expiar nossa falha em guardar a lei, mas por cumprir o mandato de domínio. A igreja, que é a segunda Eva, ou noiva do segundo Adão, é uma ajudadora idônea de Jesus para cumprir esse chamado. Estamos em união com ele, ossos de seus ossos. Devemos estar engajados em insistir sobre os direitos régios do Rei Jesus.

O problema é que nós, como os discípulos antes de nós, frequentemente somos mais zelosos pelo nosso próprio sucesso, pela nossa própria glória do que o somos pelo reino. Eles queriam saber quem seria o primeiro no reino. Muitas vezes fazemos o mesmo. A noção de “a teologia da glória” é um meio de nos advertir contra essa tentação. Fundamentada no pensamento luterano, somos lembramos que as armas da nossa guerra não são carnais (2 Coríntios 2.10), que o primeiro será o último e o último será o primeiro (Mateus 20.16). Somos chamados a morrer pelos nossos inimigos, e não a matá-los; a dar livremente em vez de tomar; a oferecer a outra face; e até mesmo a viver em paz e quietude com todos os homens, tanto quanto possível. Isso os luteranos chamam sabiamente de “a teologia da cruz”. Devemos viver vidas de sacrifício.

Um retrato desequilibrado do lado da glória é encontrado no evangelho da prosperidade. Essa heresia ensina que é a vontade de Deus que todos nós desfrutemos de grande saúde e riqueza, que como filhos do Rei todos devemos viver como príncipes. Um retrato desequilibrado do lado da cruz é encontrado na heresia ascética – não coma, não beba, não toque. Aqui as bênçãos de Deus são malvistas, vistas como sinal de mundanismo e não como dons das mãos de Deus. Aqui a pobreza é vista como uma virtude em si mesma. O pior de tudo é que essa perspectiva pode se degenerar numa negação do reinado de Cristo sobre todas as coisas.

Nosso chamado não é buscar nosso próprio conforto, muito menos nossa glória. Antes, somos chamados a tornar conhecida a glória do nosso Rei. Devemos tornar visível o reino invisível de Deus. Contudo, fazemos isso através de meios ordinários. À medida que trabalhamos fielmente, em vez de subir a escada financeira, à medida que trocamos fraldas, em vez de contar o nosso ouro, à medida que Ele é exaltado e nós humilhados, não estamos evitando a glória da cruz, mas sim abraçando a glória da cruz. Vivemos morrendo. Vencemos perdendo. Conquistamos recuando. Nos orgulhamos de nossa fraqueza.

Jesus reina. Mas quanto a nós, seus súditos, não são muitos os sábios, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres. Portanto, aquele que se gloria glorie-se no Senhor. Quando mais manifestamos a Cristo e ele crucificado, mais manifestamos o seu reinado soberano.




Fonte: Highlands Ministries-Divulgação:http://monergismo.com

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto – junho/2012


Dr. R.C. Sproul Jr. gradou-se no Reformed Theological Seminary e no Grove City College. Recebeu seu Doutorado em Ministério em 2001. É o pastor fundador da Saint Peter Presbyterian Church, e é o fundador, diretor e professor do Highlands Ministries. Sproul Jr. escreveu e editou dezenas de livros, incluindo Biblical Economics, Almighty Over All,Tearing Down Strongholds, Eternity in our Hearts, Bound for Glory, When You Rise Up, Believing God e The Call to Wonder (2012). The important thing is that he is the the father of Darby, Campbell, Shannon, Delaney, Erin Claire, Maili, Reilly and Donovan.


Mais artigos de R. C. Sproul Jr. »
***
Em Cristo,
Mário César de Abreu

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SINTA SE A VONTADE PARA COMENTAR

Postagem em destaque

O importante é que Deus seja glorificado

  Por Mário César de Abreu "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus."(I ...