terça-feira, 20 de agosto de 2024

Cristo, o sumo pontífice da igreja

 


“Eu também te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”  (Mt 16l18)

Este é um dos textos mais importantes das Escrituras, porque de sua correta interpretação depende o futuro do cristianismo. Tem sido motivo de acirrados debates desde as mais priscas eras, a identidade da pedra sobre a qual a igreja está edificada. Três são as principais interpretações ao longo da história: Pedro, a declaração de Pedro e Cristo. Há na língua grega uma espécie de trocadilho entre as palavras Pedro e Pedra. “Pétros” é fragmento de pedra, enquanto “Pétra” é rocha inabalável. O contexto mostra que Jesus não está se referindo a Pedro, mas a si mesmo quando fala do fundamento da igreja. Quatro são as afirmações de Jesus no texto em tela: Jesus é o fundamento da igreja, o dono da igreja, o fundamento da igreja e o protetor da igreja. A igreja não está edificada sobre um homem, mas sobre o Filho de Deus!

A afirmação de que Pedro foi o primeiro papa e todo papa é um legítimo sucessor de Pedro, carece de base bíblica, teológica e histórica. Pedro nunca foi bispo da igreja de Roma nem mesmo o bispo universal da igreja. Pedro jamais se considerou um papa, mas um presbítero entre outros presbíteros. Jesus e não Pedro é o sumo pontífice da igreja. O termo “sumo pontífice” significa “supremo construtor de pontes ou supremo mediador”. A Palavra de Deus diz que há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (1Tm 2.5). O próprio Jesus afirmou que “ninguém pode ir até o Pai a não ser por ele” (Jo 14.6). Jesus é o grande Sumo Sacerdote que está à destra de Deus intercedendo por nós. Ele é o Advogado, o Justo.

Procurar chegar até Deus por intermédio de outros mediadores é uma afronta o pontificado exclusivo de Jesus, pois ele é o Caminho para Deus, a porta do céu, o único Mediador entre Deus e os homens. O véu do templo foi rasgado de alto a baixo. Não precisamos mais recorrer a um mediador humano para chegarmos até Deus. Agora, temos livre acesso ao trono da graça. Fomos constituídos reino e sacerdote.

Jesus é o cabeça da igreja, ele a governa. Jesus é o Salvador da igreja, ele a salva. Jesus é o Senhor da igreja, ele a comanda. Jesus é o pastor da igreja, ele a apascenta. Jesus é protetor da igreja, ele a protege. Jesus é o Sumo Sacerdote da igreja, ele intercede por ela. Jesus é o noivo a igreja, ele voltará para ela. Jesus é tudo em todos. Tudo no tempo e na eternidade. Tudo no Antigo e no Novo Testamento. Tudo na igreja e na história. Tudo na terra e no céu. Ele é o amado da nossa alma, o nosso glorioso Redentor, a nossa esperança, a nossa paz, a nossa alegria. Ele é o Sumo Pontífice da Igreja e não há outro!

Rev. Hernandes Dias Lopes

 

Tessalônica, uma cidade estratégica



O apóstolo Paulo, na sua segunda viagem missionária queria entrar na Ásia, porém, foi conduzido pelo Espírito Santo, a direcionar sua viagem para o ocidente. Então, entrou em Filipos e depois chegou em TESSALÔNICA, a capital da província da Macedônia. Esta cidade sempre teve grande relevância histórica. Aqui começa o império grego. Felipe foi rei da Macedônia. Seu Filho, Alexandre, o Grande, era da Macedônia. A cidade recebeu este nome de TESSALÔNICA, irmã de Alexandre. A cidade, banhada pelo mar Egeu, era também, cortada pela via Egnácia. Quando Paulo esteve na cidade por três semanas, período em que plantou a igreja, TESSALÔNICA tinha mais de duzentos mil habitantes. Hoje a cidade tem um milhão e quinhentos mil habitantes, ocupando o segundo lugar no ranking das maiores cidades da Grécia, só superada por Atenas, a capital.

A igreja que Paulo plantou em TESSALÔNICA tornou-se modelo para as demais igrejas. Demonstrou uma fé operosa, um amor acendrado e uma viva esperança. O evangelho chegou na cidade com demonstração de poder. Paulo não pregou apenas aos ouvidos, mas, também aos olhos. Para a igreja de TESSALÔNICA, da cidade de Corinto, capital da Acaia, Paulo escreveu duas epístolas, nas quais destaca com primazia, a gloriosa doutrina da segunda vinda de Cristo.

A localização de TESSALÔNICA é assaz estratégica. O fato de ser banhada pelo mar Egeu e também cortada por uma das mais importantes estradas do mundo, que conectava o ocidente com o oriente, o evangelho não apenas floresceu nesta cidade, mas daqui, espalhou-se para outros horizontes do vasto império romano.

A estada do apóstolo Paulo nesta promissora cidade foi marcada por grande sofrimento. Mesmo tendo uma acolhida tão entusiástica dos gentios, os judeus suscitaram o povo contra Paulo, dizendo que ele pregava uma mensagem de rebeldia a César. O resultado foi que o veterano apóstolo precisou fugir para Bereia, onde também plantou uma igreja zelosa das Escrituras. O sofrimento, porém, jamais abalou a igreja. A igreja de TESSALÔNICA floresceu apesar da oposição. Quase dois mil anos depois, estando aqui em TESSALÔNICA, pude verificar que a chegada do evangelho nesta terra, pela instrumentalidade de Paulo, é contada com entusiasmo e, talvez, a principal razão pela qual os turistas do mundo inteiro visitam essa bela e encantadora cidade.

Rendo graças a Deus pelo privilégio de, depois de pregar quatro décadas acerca da igreja de TESSALÔNICA, visitar hoje, pela primeira vez, esta região da Macedônia, na Grécia. Minha mente me leva de volta ao passado, quando o grande bandeirante do Cristianismo aqui chegou, depois de ter sido preso e açoitado em Filipos. Aqui passou apenas três finais de semana, tempo suficiente para deixar as marcas do seu ministério frutífero, plantando uma igreja que se tornou modelo para as demais igrejas. Em tudo isso, podemos ver, com clareza diáfana, o poder do Evangelho para salvar os pecadores. Tributo ao Senhor minha gratidão por essa marcante experiência!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Em Cristo,
Mário César de Abreu

 

O fruto do Espírito

Depois de listar as obras da carne (Gl 5.19-21), o apóstolo Paulo passa a falar sobre o fruto do Espírito (Gl 5.22,23). Se as obras da carne tratam de pluralidade, o fruto do Espírito tem a ver com a singularidade. Não são frutos, mas fruto. As virtudes elencadas são gomos de um mesmo fruto. Têm a mesma fonte, o Espírito Santo. De tal maneira, que uma pessoa não poder este fruto e não ter aquele. O fruto é um só, com vários aspectos. Vejamos:

Em primeiro lugar, amor. O amor é a principal virtude cristã. É o maior mandamento e, também, o próprio cumprimento da lei de Deus. O amor é a evidência do verdadeiro discipulado.

Em segundo lugar, alegria. A alegria é o apanágio do crente. Fomos alcançados pela boas novas de grande alegria. O reino de Deus que está dentro de nós é alegria no Espírito Santo. A ordem de Deus é: “Alegrai-vos”. A alegria do Senhor é a nossa força.

Em terceiro lugar, paz. A paz é resulto da nossa reconciliação com Deus e na nossa intimidade com Deus. Temos paz com Deus e experimentamos a paz de Deus. Aqueles que são governados pelo Espírito Santo têm a alma pacificada. Vive em paz, é mensageiro da paz e pacificador.

Em quarto lugar, longanimidade. Esta virtude tem a ver com a paciência triunfadora. É possuir um ânimo longo. É não perder as estribeiras diante das adversidades e ou perseguições. Longanimidade é caminhar a segunda milha, é reagir transcendentalmente.

Em quinto lugar, benignidade. Benignidade é revelar amor no trato, doçura no falar e bondade nas ações. É pensar bem do próximo, colocá-lo em primeiro lugar, buscar a honra do outro antes da honra própria.

Em sexto lugar, bondade. Bondade é pensar no bem do próximo e fazer o que é melhor para ele. É colocar o outro na frente do eu. É buscar meios e formas de honrar o outro, cuidar do outro e socorrê-lo em suas necessidades.

Em sétimo lugar, fidelidade. Felicidade é ser íntegro, é respeitar a honra do próximo e cumprir os compromissos assumidos. Ser fiel é empenhar a palavra e a honra no cumprimento dos votos assumidos.

Em oitavo lugar, mansidão. Mansidão é poder sob controle. É força domesticada. É vencer o mal com o bem. Ser manso não é ser fraco, é antes, a disposição de sofrer o dano, mesmo tendo oportunidade de prevalecer sobre o próximo.

Em nono lugar, domínio próprio. Ter domínio próprio é ter controle sobre si mesmo. É viver sem perder as rédeas dos sentimentos. É saber a hora certa de falar e de agir. É ser controlado pelo Espírito Santo. Esses gomos do fruto do Espírito são uma expressão eloquente das virtudes de Cristo estampadas em nós.

Rev. Hernandes Dias Lopes

Em Cristo,

Mário César de Abreu


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